terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Terra


       A poesia se foi. Desapareceu dentro de um abismo de escuridão. A vida virou uma narração desértica, escaldante.
         Não há flores, nem água, nem mesmo uma leve brisa pra amenizar a jornada que seria longa e exaustiva. Nada à sua volta, só o eco das suas tristes memórias em tempos floridos. Tempos em que colhiam o que ela tinha de melhor, entretanto não semeavam nada de volta.
       Os que interagiam com a Terra, acreditavam que ela era fonte infinita de amor, e eles a amavam por isso. 
         Foi assim que a Terra foi perdendo as cores, o brilho, a vida.
          E os que a amavam por tudo isso, foram embora, pois não tinham mais o que amar e o que colher.
    Quando uma Terra é devastada, ela se reconstrói sozinha, dificilmente haverá ajuda externa. Caso tenha, esse é o amor genuíno, e sempre se retroalimentará.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Despedida



Chegou a hora
Da despedida
Estás de partida
Entrando para vida
Estavas no colo
Sufocado de amor
Amor materno
Amor fraterno
Amor de família
Chegou a hora
Da despedida
Estás de partida
Precisa de espaço
Ruptura de laços
Rebeldia sem causa
Causando melancolia
Quem és nessa busca?
Quem se transformará 
nesse encontro?
Chegou a hora
Da despedida
Estás de partida
Escolha uma estrada
Foque no seu caminho
Escolha bem o que semeia
E onde semear
Desertos não frutificam
Mas alguns possuem oásis
Chegou a hora
Da despedida
Estás de partida
Solto tua mão
Segure a da VIDA!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Precipício

Cerca-se de pedras
Na imensidão gelada
Mas como se proteger do frio
Se ele está na minha alma?
Sentimentos sem significado
Significados sem sentido
Estou em estado de rio
Somente seguindo o fluxo
Deixando-me levar
Não sei como, nem para onde
Só sigo, batendo nas rochas,
Sem alcançar as margens
Sem curso definido
Apenas sigo
Aguardando o precipício
Ressurgirei em algum momento
Deste estado de latência
Internamente morta

Ou eternamente transformada

Dia 1



Ano novo
Novo ano
O que muda
Se vc não mudou?
Para que sonhar
Se não for para acordar
E realizar?
Novo ano
Ano novo
De alma velha
E empoeirada
Acomodado na poltrona
Esperando um milagre
Mal dizendo a vida
Sem possibilidades
Ano novo
Novo ano
Assim será
Se deixar o conforto
De apenas existir
Para finalmente
Se reconstruir
E se reinventar